quarta-feira, 12 de outubro de 2011

TEATRO DE RUA

Teatro de rua é uma modalidade teatral em que os atores utilizam seu corpo e sua voz a serviço da construção estética no espaço aberto, sobretudo nas cidades. Nesta atividade, a rua é todo espaço público aberto e apto a receber um espetáculo teatral, como parques, praças, monumentos, edifícios, rios, entre outros, em oposição aos locais fechados.

ESPAÇO URBANO
Dentro dessa modalidade teatral, o espaço urbano e tudo que nele está contido podem vir a ser mais do que espaço de representação, ou seja, ao mesmo tempo em que a cidade é local da encenação, o espetáculo pode se valer de uma paisagem como cenário ou um monumento como elemento cênico etc. A cidade por ser polimorfa, possibilita apropriações diversas. André Carreira propõe um teatro de invasão, que entende a própria cidade como dramaturgia.

O teatro de rua brasileiro se constitui em uma "multiplicidade de linguagens" (Narciso Telles). Amir Haddad, fundador do grupo Tá na Rua, da cidade do Rio de Janeiro, entende que teatro e arquitetura sempre estiveram ligados e que as sociedades ergueram seus teatros conformes seus valores.

ORGANIZAÇÃO
Existem várias organizações de grupos de teatro de rua. Na cidade de São Paulo existe o Movimento de Teatro de Rua (MTR/SP), que juntamente com outros movimentos estaduais deram inicio a uma organização nacional, criando a Rede Brasileira de Teatro de Rua (RBTR), presentes em vários estados brasileiros.


AUGUSTO BOAL

Augusto Pinto Boal (Rio de Janeiro, 16 de março de 1931Rio de Janeiro, 2 de maio de 2009) foi diretor de teatro, dramaturgo e ensaísta brasileiro, uma das grandes figuras do teatro contemporâneo internacional. Fundador do Teatro do Oprimido, que alia o teatro à ação social, suas técnicas e práticas difundiram-se pelo mundo, notadamente nas três últimas décadas do século XX, sendo largamente empregadas não só por aqueles que entendem o teatro como instrumento de emancipação política, mas também nas áreas de educação, saúde mental e no sistema prisional.
Nas palavras de Boal:

“O Teatro do Oprimido é o teatro no sentido mais arcaico do termo. Todos os seres humanos são atores - porque atuam - e espectadores - porque observam. Somos todos 'espect-atores'”.

O dramaturgo é conhecido não só por sua participação no Teatro de Arena da cidade de São Paulo (1956 a 1970), mas, sobretudo por suas teses do Teatro do oprimido, inspiradas nas propostas do educador Paulo Freire.

Sua obra escrita é expressiva. Com 22 livros publicados e traduzidos em mais de vinte línguas, suas concepções são estudadas nas principais escolas de teatro do mundo. O livro Jogos Para Atores e Não Atores trata de um sistema de exercícios ("monólogos corporais"), jogos (diálogos corporais) e técnicas teatrais além de técnicas do teatro-imagem, que, segundo o autor, podem ser utilizadas não só por atores mas por todas as pessoas.

Apesar de existirem milhares grupos e centros de estudos sobre o Teatro do Oprimido no mundo (mais de 50 países nos cinco continentes), apenas o Centro de Teatro do Oprimido (CTO) do Rio de Janeiro é reconhecido como o ponto de referência mundial da metodologia. Localizado na Avenida Mem de Sá nº 31, bairro da Lapa, Rio de Janeiro - RJ- Brasil, o CTO foi fundado em 1986 e dirigido por Boal até o seu falecimento, em maio de 2009.

COMMEDIA DELL’ARTE

Entre os séculos XVI e XVII, na Itália crescem os espetáculos que acontecem destro dos palácios e também nas praças públicas. Surge então a “Commedia Dell’ Arte”, importante linguagem teatral popular, que se utiliza do improviso e até hoje é referência para diversas  linguagens do teatro de rua. Nela, os personagens são fixos, caracterizados por máscaras, comportamentos e atitudes corporais e são divididos em duas categorias: patrões e criados.
Os grupos de “Commedia Dell’Arte” montavam seu palco ao ar livre e, geralmente, chamavam a atenção do público com malabarismos e acrobacias. Seus espetáculos eram improvisados a partir de um roteiro de cenas (canovacci), e os personagens eram fixos.
A maioria dessas trupes viajava em carroça que servia como palco de seus espetáculos, por isso, o cenário era bem simples, geralmente uma tela pintada ou, às vezes, nem isso.
A precariedade de cenário era compensada com a habilidade dos atores.

PRINCIPAIS AUTORES DESSE PERÍODO
Willian Shakespeare (1564 – 1616, Inglaterra): “Hamlet”; “Romeu e Julieta”; “Ricardo III”; “As Alegres Comadres de Windsor”; “Othello”; “Macbeth”; “A Comédia dos Erros”e “A Tempestade”, entre outros.
Molière (1622 – 1673, França): “As Preciosas Ridículas”; “Escola de Maridos”; “Tartufo”; “O Avarento”; “O Burguês Fidalgo” e “O Doente Imaginário”, entre outros.
Lope de Vega (1562 – 1635, Espanha): “Fuentovejuna”; “Estrela de Servilha”; “La Dama Boba”; “O Vilão No Seu Canto”, entre outros.
Calderón de La Barca (1600 – 1635, Espanha): “La Dama Duende”; “Casa Com Dos Puertas, Mala Es De Guardar”; “El Médico De Su Honra”; “La Vida Es Sueño”; “El Gran Teatro Del Mundo”; “El Mágico Prodigioso”; “El Dia Mayor De Los Dias”, entre outros.
Torquato Tasso (1544 – 1595, Itália): “Rime, Animita”

CURIOSIDADES:

Foi nessa época que passaram a ser cobrados ingressos para apresentações de teatro; e ser ator tornou-se uma profissão.
Também foi nesse tempo (séc. XVII) que as mulheres começaram a fazer teatro. Até então, os papéis femininos eram interpretados por homens.












BIBLIOGRAFIA
APOSTILA Caixa Mágica o Universo do Teatro, Pesquisa: Eloisa Elena e Claudia Miranda
Site: http://educacao.uol.com.br/artes/ult1684u14.jhtm
Imagens:



CULTURA EM NÚMEROS

O Anuário de Estatísticas Culturais

Trata-se de um documento desenvolvido, em 2009, a partir de diversas fontes de dados oriundas de entidades públicas como o IBGE e MUNIC (Suplemento de Cultura da Pesquisa de Informações Básicas Municipais). Estas informações compõem a política de informações e indicadores culturais do Ministério da Cultura (Minc) que pretende colaborar para a consolidação do Sistema Nacional de Informações Culturais (SNIIC) que tem a função de acompanhamento e avaliação das gestões públicas relacionada à cultura.
Neste documento, podemos encontrar alguns gráficos que apresentam uma distribuição nacional com os percentuais dos municípios com maior quantidade de salas de teatro.
Para o cálculo do porcentual é importante levar em conta “o fato de que os estados que apresentam menor número de municípios têm maior possibilidade de alcançar maiores números porcentuais. O porcentual de municípios é calculado por meio da divisão do número de municípios de cada unidade da federação (UF) que possui determinado equipamento cultural, pelo número total de municípios da UF e multiplicado por 100.”




Fonte:


AS ORIGENS DO TEATRO

Os homens primitivos já desenhavam seu cotidiano nas paredes de cavernas ou em pedras, dançavam e “faziam teatro” imitando os rituais de caça, guerra e conquista. Vestiam peles de animais, usavam adereços feitos de ossos, peles e madeira, pintavam o corpo e juntavam-se em grupos ao redor de fogueiras para realizar seus cultos e rituais.


Ao longo da história, e com o desenvolvimento das civilizações, o que se vê é uma constante transformação e evolução destas manifestações; cada povo foi encontrando suas expressões e a maneira de fazer arte.
As transformações que ocorreram no teatro, assim como nas demais expressões artísticas estão associadas às condições socais, políticas, geográficas e aos avanços tecnológicos. A arte é um dos meios de comunicação e expressão do homem e, desta forma, um reflexo daquilo que caracteriza seu tempo na história do mundo.

GRÉCIA ANTIGA
A representação teatral grega tem origem nos ritos religiosos em honra ao Deus Dionísio, chamados Dionisíacas.  Essas festas incluíam espetáculos de mímica, dança, música, poesia, etc. No entanto, apesar da origem ritualística, o teatro grego voltou seu foco para outro aspecto: o home e seus problemas cotidianos; a questão religiosa foi, então, deixada de lado. Esse afastamento representou uma diferenciação entre o Teatro Grego e os anteriores e, desta forma, a partir do séc. VI a.C., o teatro foi se constituindo e dando origem ao que, até hoje, é referência e marco para o Teatro Ocidental.
O espaço cênico
Os teatros eram construídos ao ar livre, em formato semicírculo, nos declives das encostas, locais que proporcionavam uma boa acústica. A platéia ficava nas montanhas e o palco logo abaixo. A área da platéia é chamada de teatron e o conjunto de edificações recebe o nome de odeion. A orquestra posicionava-se me área circular de terra batida ou coberta com lajes de pedra e situava-se no fundo das bancadas, onde o coro realizava sua interpretação. No centro da orquestra ficava a thymele, um altar em bancadas a Dionísio, que servia, não só para oferecer sacrifícios, mas também como adereço. Em cada lado da orquestra, existiam as entradas para o coro. Depois da orquestra, estava a skenê, estrutura cuja função inicial foi servir como local onde os atores trocavam de roupa, mas que passa também a representar a fachada de um palácio ou de um templo. Frente à skenê estava o proscenium, local em que os atores representava seus papéis (persinagens). Um dos teatros da Antiga Grécia melhor conservado é Teatro de Epidauro, que foi construído em finais do séc. IV a. C.
                                          Teatro de Epidauros


Curiosidades
O teatro era considerado parte da educação do povo grego. Em Atenas, o comércio era suspenso durante os festivais dramáticos. Os tribunais fechavam suas portas, e os presos eram soltos das cadeias. O preço da entrada era dispensado para que não pudesse pagar, e até as mulheres, que não podiam participar de quase todos os acontecimentos públicos, eram bem recebidas no teatro. Cerca de 20 mil pessoas iam ao teatro assistir aos festivais.
Quem fazia arte nessa época?
O primeiro ator surgiu quando Téspis, um corifeu (participante do coro), destacou-se do coro e, avançado até a frente do palco, declarou estar representando o Deus Dionísio. Mas os atores ainda não eram o centro das atenções nesse período. Os escritores eram os grandes gênios da arte teatral. Aqui citamos alguns dos grandes autores gregos e parte das obras que, apesar de terem sido escritas há tanto tempo, tornaram-se clássicos e até hoje são lindas e montadas no mundo todo: Ésquilo (525 a.C); Sófocles (495 a.C); Aristófanes (450 a.C).

ROMA
O Teatro Romano era profundamente limitado, bem diferente do Teatro Grego. Os romanos não eram voltados à reflexão, ao saber e à democracia; o interesse da população era a guerra e confrontos. Isso se refletia em seu teatro.
Um bom espetáculo, para um romano, tinha que mostrar gladiadores e muito sangue. Antes de o teatro instaurar-se realmente em Roma, o divertimento era o Circo Romano, espetáculo repleto de gladiadores e leões.

O teatro romano teve diferentes gêneros, misturando influências gregas e de representações religiosas de caráter sério ou satírico, os romanos tinham uma forma muito simples de teatro, antes de entrarem em contato com a Grécia.
A partir desse contato, a simplicidade primitiva do teatro romano foi perdendo espaço e passou a copiar as formas gregas (tragédia, comédia). Começaram por traduzir peças gregas (séc. III a.C). Depois os romanos escreveram peças adaptando temas gregos ou inventando os próprios temas, (normalmente baseados na História) nos quais a violência prevalecia. O apogeu do teatro romano dá-se  no século III – II a.C. com Plauto e Terêncio.
Curiosidade
Roma não dispunha de um teatro permanente até o ano 35 a.C., mas, segundo é dito, enormes tendas eram erguidas com capacidade para abrigarem cerca de 40 mil pessoas e, logo depois das apresentações, eram destruídas.

                                               Teatro de Mérida
ÁSIA
O teatro surge por volta de 30 anos d.C., na Índia. Mas, há algumas centenas de anos, nos textos da Índia ou do Tibet, o drama, a dança e a música já existiam associados ao culto religioso.
A origem do teatro hindu está contida na relação entre a dança e o culto nos templos. A dança é um agrado aos Deuses e uma forma de homenageá-los.
Quatro manifestações artísticas descendentes a evocação dos Deuses ainda sobrevivem na Índia. São elas:
        Baratha Natyan: Descendente direta da arte graciosa e flexível das dançarinas do templo. É praticada especialmente no sul da Índia e suas posições são retiradas do manual da dança e do teatro escrito por Bharata.
         Kathak: Forma menos severa e mais variada de dança, na qual a energia masculina e feminina funde-se. Desenvolvida no norte da Índia, sob influência dos governantes mongóis.
        Manipuri: Dança de movimentos lentos que lembram serpentes, teve origem no mundo mítico dos deuses. A lenda diz que pastoras executavam esta dança ao som das flautas de Krishina.
        Kathakali: De caráter masculino, com máscaras exageradamente pintadas, figurinos suntuosos e ondulados. Sua dança evoca deuses, macacos, homens e monstros de uma forma grotesca.
                                                          Ator do teatro Kathakali
CHINA
Nos séculos XIII e XIV, rebelião dos chineses contra o domínio mongol instigou o triunfo do drama chinês, mas isso não aconteceu nos palcos e, sim na dramaturgia. O que realmente encantava o povo eram as acrobacias e mimos, conservados até hoje na Ópera de Pequim. No Teatro Chinês, a música e a acrobacia são tradicionais e pares, um não acontece sem o outro.
Ópera de Pequim:
Os argumentos de uma ópera chinesa unem elementos trágicos e cômicos misturados, como canto, dança, narrações poéticas e acrobacias. Trata-se de uma dramatização de feitos históricos e lendas populares. Outra forma de representação é um diálogo com uma linguagem muito próxima da fala corrente e pantomimas com gestos normais. Em seu humor amável, reflete-se e satiriza a sociedade com o objetivo de instruir e entreter a platéia.
A Ópera Nacional da China é até hoje o melhor exemplo de ópera chinesa. Essa companhia surgiu da junção de vários conjuntos tradicionais de ópera que atuavam em Pequim.
A ópera foi sempre um espetáculo muito popular, tanto entre o povo chinês como entre os nobres e imperadores. Os imperadores participavam ativamente de sua elaboração, principalmente das músicas.
                                                                       Ópera chinesa

JAPÃO
O Teatro Japonês pode ser descrito como uma celebração solene de sentimentos e emoções evocando, pela pantomima (tipo de teatro que se utiliza mais dos gestos que das palavras, mímica), os poderes da natureza, até as mais sutis formas dramáticas da realeza. O que guia o teatro japonês é o poder sugestivo do movimento, do gesto e da palavra falada. Dentro destes meios de expressão, os japoneses desenvolveram um teatro bastante original, sem comparações.
No culto à lenda da Deusa Sol, Amaterasu, eram trabalhadas danças alegres. Foi a partir daí que é considerada a origem do teatro japonês. Os primeiros espetáculos, propriamente ditos, aparecem por volta do século IX, com as danças executadas por ocasião das festas religiosas, com improvisações de jograis e equilibristas, que interpretavam fatos da vida comum daquela época, alternando o trágico com o cômico.
Três manifestações teatrais são bastante difundidas no Japão, ainda hoje. São elas: Teatro Nô, Kabuki e Bunraku.
Por volta do século XIV, origina-se o Teatro Nô, uma forma mais aristocrata, ou seja, recebida pela realeza e os bem-afortunados. O drama, no teatro Nô, é recuperar histórias com o passado mítico.
Só existem atores no teatro Nô, as mulheres, até hoje, não participam desse tipo de teatro no Japão, por isso, o uso das máscaras torna-se indispensável; elas são usadas para representar o que o homem não pode. Geralmente, destinam-se a interpretar mulheres, anciãos, deuses e espíritos. Esta linguagem de teatro ainda hoje PE feita no Japão, de forma tradicional.
Curiosidade
Você sabia que os palcos do teatro Nô medem sempre 5,5m X 5,5m? E que os cenários são sempre iguais? Há somente uma passarela por onde os atores entram em cena.
As peças do Nô permanecem iguais desde o século XIV; a música é fundamental nas manifestações teatrais japonesas, no teatro Nô, não se foge à regra. O acompanhamento musical é feito por flauta, tambores e tamborins.

                                          Teatro Nô






 
BIBLIOGRAFIA
APOSTILA Caixa Mágica - O Universo do Teatro, Pesquisa: Eloisa Elena e Claudia Miranda
BRANDÃO, Junito de Souza. Teatro Grego -  origem e evolução, Ed. TAB, 1980, RJ

http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/194383
http://pt.wikipedia.org/wiki/Historia_do_teatro
http://www.euniverso.com.br/Cult/Arte/aorigemdoteatro.htm
Imagens: www.google.com.br/images